quinta-feira, 17 de maio de 2012

O que o destino guarda?


- Você tem certeza que quer fazer isso, cara?- Falei ao Leo
- Claro, é só brincadeira, não vai dar em nada.- Ele respondeu.
- Mas cara, ela pode não gostar...- Tentei insistir para ele não fazer aquilo.
- Qual foi Andrew, vai dar para trás agora?
  O que eu faço? Estava segurando uma bexiga cheia de água preste a jogar num bando de meninas, e eu sei que elas ficariam irritadas, isso é claro, mas principalmente a Aila, o que não seria muito legal. Além do que, é bem capaz de que nos peguem e ainda podemos levar suspensão.
- Vai fraquejar agora?- Perguntou ele novamente.
- Tá, vamos lá.- Falei virando na direção delas e mirando a bexiga nas garotas que estavam longe da Aila.
   Foi certeiro, acertei de um lado e o Leo do outro, contamos até três e corremos, as meninas já tinham nos visto, o que era suspensão na certa, além de claro, se ficássemos ali é bem capaz de levarmos uns tapas.
- Vocês acham isso certo? Fazer isso com as garotas?- Disse a diretora, nos prendendo na sala dela durante o intervalo.
- Ah diretora, a gente só queria descontrair um pouco.- disse o Leo.
- É mesmo, e vocês perguntaram as meninas se elas queriam descontrair com vocês?
- Não senhora.- Dissemos numa voz só.
- Então, faremos o seguinte, vocês ficarão duas semanas sem intervalo, aqui, na minha sala fazendo exercícios, e ainda, vão pedir desculpa as meninas.
- O que?- Falamos novamente numa voz só.
- Isso mesmo, e ainda hoje.- Disse ela se levantando. - Acabamos por aqui, podem ir para suas salas.
  Saímos de lá e fomos à sala, assim que entramos todas as meninas olharam para a gente com cara feia, a pior de todas, a que parecia me xingar só com o olhar era a Aila, que estava sentada logo na frente, e quando passei por ela uma guria sussurrou algo em seu ouvido, eu tinha impressão que era sobre mim.
   Na saída, o Leo veio falar comigo, dizendo para encontra-lo na frente da cantina para irmos juntos falar com as meninas. Enquanto esperava a Aila passou sozinha.
- Ei, Aila!- A chamei, e ela simplesmente me ignorou, então fui a trás dela.- Ei, preciso falar contigo.- Segurei o braço dela.
- Perae, não tem nenhuma bexiga ai não, tem?- Ela disse metendo a mão nos meus bolsos.
- Não, qual foi?- Falei levantando os braços em sinal de rendimento.
- Então fala, o que você quer?- Ela cruzou os braços.
- Eu queria me desculpar por ter jogado a bexiga com água em você...- Falei baixo.
- O que? Eu não ouvi.
- Desculpa, por ter jogado água em você.- Falei mais alto.
- Ainda não ouvi.- Ela falou e notei que estava tirando uma com minha cara.
- Ah, qual foi?- Falei e sai andando.
- Ei volta aqui.- Ela disse, mas eu não voltei, continuei andando.- Ou você volta, ou eu digo a diretora que não me pediu desculpas.- Fui até ela e cruzei os braços.- Vai ficar me fuzilando com os olhos é?
- Qual o problema?- Falei
- Nada não.- Ela falou e baixou a cabeça.
- Se não fosse nada, não teria me chamado.- Falei e levantei sua cabeça para poder olhar em seus olhos.
- É que... eu acho que essa é a primeira vez que conversamos né?- Ela disse vermelha.
- É, se considerar isso uma conversa, pode ser.- Dei de ombros.
- Já é alguma coisa né?- Ela sorriu.- Eu sempre tive vontade de conversar contigo e tal, mas nunca tive assunto...
- Ok, então vamos conversar, vamos falar sobre...- Falei e a puxei para sentar.
   Não sei quanto tempo ficamos conversando, para mim pareceram segundos, mas falamos de tanta coisa ,família, música, notas, gostos, foi tão divertido, eu não acreditava que a patricinha da Aila fosse assim tão divertida, quer dizer, agora ela nem parecia tão patricinha. Antes, eu achava-a apenas linda, agora... ela parecia ter se transformado.
-          O que está fazendo?- Ela disse com uma voz fina, parecendo assustada, me dei conta de que estava me aproximando dela como se fosse beija-la. Logo me afastei.
-          Desculpa, não sei o que deu em mim.- Falei me levantando.
-          Não, não vá. – Ela se levantou atrás de mim, segurou meu rosto e me beijou.
-          O que você fez?- Perguntei confuso.
-          Eu....- Quando ela ia falar umas amigas dela apareceram.
-          Aila! Até que enfim a encontramos, estávamos loucas atrás de você! Onde esteve esse tempo todo?!
-          Só conversando.- Ela disse sorrindo e todas as meninas que estavam lá me olharam dos pés a cabeça.
-          HUUUUUUUUUUUUUUM.- Elas fizeram um coro.
-          Ai ai, vamos, temos que ir.- Ela disse e foi pegando as suas coisas.- Você não vem?- Aila se virou para mim quando já estava na porta.
-          Vou sim.- Falei, então ela olhou para fora, vendo se as amigas estavam por perto, como elas não estavam, Aila veio até mim e me deu um beijo, depois pegou minha mão e saiu andando.
Fiquei bobo, olhando-a, ainda hoje mais cedo ela era só uma guria em quem eu rumei uma bexiga de água, e agora? E amanhã, o que ela seria? Eu não sei, mas já esperava muita coisa.

Ela: O que você está fazendo aqui?
Ele: Eu queria falar contigo.
Ela: Sobre o que?
Ele: Sobre o que aconteceu conosco.
Ela: Você tem o que falar sobre aquilo? Achei que já tinha dito tudo o que precisava.
Ele: Desculpa, desculpa, eu não queria ter falado nada daquilo. Olha, desde que terminamos eu não sei o que restou de mim, ficou um vazio imenso, sem falar que desde que você saiu da minha vida eu me senti mais sozinho que nunca, olha, me dá sua mão, deixe-me coloca-la em meu coração. Está vendo o que você faz? Só você consegue fazer meu coração bater rápido e devagar ao mesmo tempo, é uma coisa estranha, que eu não sei como explicar, eu só sei que sinto isso. Por favor, me perdoa, volta para mim?

O momento esperado


O sol e o vento nunca haviam presenciado tamanha felicidade quanto a que eu estava sentindo naquele instante, o resto do mundo desapareceu, só havia eu e você, e realmente, eu não me importava se tudo o que restasse fosse nós dois. A explosão de sentimentos que surgia dentro de mim era incontrolável, eu não sabia o que fazia, se chorava de felicidade, se o abraçava com força, ou beijava aqueles lábios, mas não, não poderia beijar, não queria interromper o que ele sussurrava, eram coisas tão lindas, coisas que ninguém nunca havia dito para mim antes, e se haviam dito, não importava, nunca teria sido tão perfeito quanto aquele, o momento que você me ganhou por completo.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Procurou por outros caras, mas nunca percebeu que eu estava aqui amando-a

   Tinha acabado de chegar no colégio quando ela veio correndo me abraçar, estava chorando, soluçando, e balbuciando coisas que eu não entendia.
- O que houve meu anjo?- Falei afastando-a para poder olhar o seu rosto e enxugar suas lágrimas.
- Ele... aquele idiota...aquele babaca..- Ela não conseguia falar direito.
- Quem? Quem é o idiota?
- Ah, até parece que você não sabe.- Falou ela se afastando e sentando no chão.- O Thiago.- Ela pôs as mãos  na cabeça.
- O que esse cara fez agora? Sério, pode dizer que eu vou atrás dele.
- Não, você não vai atrás de ninguém.- Ela me puxou, fazendo-me sentar.- Sabe o que você pode fazer para me ajudar?
- O que?
- Me ajuda a esquecer, me faz pensar em outra coisa, qualquer coisa.
- O que quer que eu faça?- Fiz cara de desentendido e ela simplesmente riu.
- Não sei, conta uma piada.
- Mas eu não lembro de nenhuma piada agora.
- Ah, então faz alguma coisa!- Ela começou a ficar emburrada.- Tu é meu melhor amigo? Então me ajuda, faz algo.
  Quando ela falou isso, passou na minha mente todos os momentos que eu queria ser o Thiago, o namorado dela, o cara que ela amaria, não o cara que a faria chorar. Estava morrendo de raiva dele, mas eu queria ajuda-la e não sabia o que fazer. Então sem pensar a beijei.
- O-o-o que vo-o-cê fez?- Ela falou tocando os lábios.
- Eu acho que a beijei.- Falei meio envergonhado.
- Isso eu sei, não sei porque fez isso.
- Porque.. porque você pediu para eu fazer algo, e foi o que deu na cabeça.
- O que deu na cabeça?- Ela estava confusa.
- É Aila, o que veio na minha mente, uma coisa que eu sempre quis fazer, mas nunca tive o momento. E eu sei, agora não é o momento para você. Mas...- Eu realmente não sabia explicar.- Ah, quer saber. Eu gosto de você, Aila, eu sempre gostei.
- Gosta? Porque nunca falou antes?
- Porque você vive atrás de outros caras, de caras novos, mas nunca olhou que tinha um ao seu lado o tempo todo.- Eu a beijei novamente, só um selinho. Ela não se afastou.
- Eu preciso de alguém que se importe comigo.- Aila sussurrou.
- Eu me importo.- Respondi.
- Eu preciso de alguém que me ame.
- Eu te amo.
- Eu preciso de alguém que não minta.
- Eu não estou mentindo, e não pretendo mentir. Aila, eu quero você ao meu lado, quero cuidar de você, quero ser seu ombro amigo, como sempre fui, mas...- Eu não pude terminar a frase, ela havia me beijado, a garota que a pouco tempo estava com o coração partido por outro cara, agora estava me beijando, e eu sabia que conseguiria curar o estrago que ele havia feito. Minha melhor amiga, meu amor, e futuramente, porque não minha namorada?

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Uma guria do curso

Era sábado a noite, estava em casa sem nada a fazer,resolvi usar o computador, para distrair um pouco, não sei, sair do tédio. Liguei, entrei no msn, no facebook, orkut, tumblr, enfim, em todas as redes sociais. Após ter visto tudo, já quase de saída alguém puxou conversa comigo no msn. Era o Daniel, cara lindo, esperto e super, super gente boa, eu babava por ele desde que era quinta série.
 Daniel diz:
* Oi Lu
 Luisa diz:
* Oi Dani *-*
 Daniel diz:
* Tá sabendo que a galera do curso está marcando um encontrão no shopping?
 Luisa diz:
* Poxa, nem sabia.
* Vai ser quando?
 Daniel diz:
* Na sexta.
 Luisa diz?
* Mas sexta é amanhã, logo tão assim em cima da hora?
 Daniel diz:
* É, eu sei. Tem algo marcado é? Vai estar ocupada?
 Luisa diz:
* Nem tenho nada, o problema é pedir ao papis.
 Daniel diz:
* Ah, então pede com bastante carinho para ele deixar. ;)
 Luisa diz:
* Hahaha, pode deixar, vou pedir.
* Ei, eu já tô saindo, beijos. :*
 Daniel diz:
* Ok, beijos. :*
* Não se esquece de pedir com carinho, quero muito te ver lá.
     Luisa esta offline
 Perceberam?! Perceberam?! Ele queria me ver! Ele queria que eu fosse! Ai céus, Daniel Cavalcante queria que eu fosse ao encontro do curso, ele fazia questão!
 Não, eu não vou me animar tanto, de repente ele só falou isso... por falar, por ser legal. Coloca a cabeça e o coração no seu lugar Luisa, o que um cara como ele veria em você. Logo você. Até parece.
    Desliguei tudo, tomei banho e fui dormir. Acordei bem cedo, arrumei a mesa do café, cortei as frutas, e fiz tudo o que meu pai adorava. Quando ele desceu ficou meio impressionado.
- Hoje é o dia dos pais e eu não sabia?- Perguntou ele.
- Não pai, que isso. Eu não posso querer agradar meu pai tão querido uma vez na vida?- Falei fazendo beicinho.
- Claro que pode. Aham.- Ele falou e bebeu um pouco de café.- Pode dizer, o que você quer? A chave do carro? Dinheiro? A casa?
- Que isso paizinho, eu iria fazer algo assim só para te pedir algo?
- Então tá, se você diz...
   Fui na cozinha, fiz meu café e sentei ao lado dele para comer.
- Paiê!
- Que foi Luisa?
- É que... tem um encontrão hoje... da galera do curso...
- E deixa eu adivinhar, você quer muito ir, porque senão vai ficar em casa deprimida e muito solitária?- Ele me interrompeu.
- ô pai, deixa vai. Por favor!- O abracei com força.
- Ok, ok, só porque fez um bolo tão gosto, e preparou tudo isso.
- Oba, obrigada, obrigada, obrigada.- Falei e subi correndo.
   Passei o resto do dia me arrumando, cantarolando, minha mãe chegou a perguntar umas três vezes qual era o motivo de tanta felicidade, mas eu não queria dizer, não queria contar com algo que poderia não acontecer.
    Deu seis horas, fui tomar banho e me arrumar, para poder chegar lá mais ou menos umas oito horas.
    Cheguei um pouco tarde, oito e meia quase. Falei com todos que estavam presentes, um monte de pessoas chatas e falsas que não me dou muito, só faço esse curso porque é bom para o futuro, mas estar ao lado deles... o único que se salvava era o Dani, mas ele não tinha chegado ainda.
    Deu nove horas, dez horas, dez e meia, então a galera começou a cada um ir para suas casas, e nada do Daniel aparecer. Que droga, eu fiz tudo aquilo para poder estar aqui e ele nem se deu o trabalho de vir, que idiota, que droga, eu sabia que não deveria esperar coisa boa, como sou boba. Sai correndo para casa, sem nem me despedir de ninguém, acho até que ninguém havia notado que eu não estava mais lá.
   Cheguei em casa e fui logo dormir, me joguei na cama que não queria pensar em mais nada. Na madrugada meu celular tocou, era um sms, nem quis ver, estava cansada, além, quem seria o desocupado que estaria mandando mensagem as três da manhã?
   No dia seguinte, como era sábado acordei mais tarde, mas assim, bem mais tarde, meio dia e pouco, desci e minha mãe foi logo gritando comigo, porque eu tinha acordado tão tarde, porque eu tinha perdido a manhã inteira e depois ela disse que tinha um garoto que havia passado aqui umas três vezes procurando por mim.
- Garoto? Que garoto?- Perguntei olhando para ela.
- Um garoto, um metro e setenta e pouca, cabelos claros, olhos castanhos. Eu já disse a ele para vir a tarde, ou a noite, mas ele insiste em falar contigo logo.
   De início pensei que era o Lucas, um amigo meu que anda e vira dá essas doidas e diz que tem algo urgente para me contar. Mas o que seria que ele iria me contar? Ah, vou ligar para ele. Subi, as escadas, e fui a procura do meu celular, alguém tinha me mandado um sms ontem, quem sabe não era dele.
   Chegando lá peguei o celular e a mensagem era " Preciso fl ctg, urgente!" mas o número de quem tinha mandado eu não conhecia, com certeza não era o Lucas, já  que se fosse ele estaria uma mensagem imensa, nada abreviada. Mandei uma mensagem de volta perguntando quem era e fui tomar um banho. Quando estava em baixo do chuveiro tocou, anunciando que chegava outra mensagem. Assim que terminei o banho me enrolei na toalha e fui ver a mensagem " Me encontra daqui a meia hora na praça em frente a tua casa." Ai céus, agora essa, quem me mandou o sms? E se fosse um maluco? Nem nome colocou. Vou pedir a alguém para ir comigo, já sei, vou ligar para a Nathália, ela vai topar.
    Tudo certo, estávamos eu e a Nathália na praça meia hora depois, sentadas num banquinho.
- Oi Lu.- Chegou Daniel sorridente.
- Olá Daniel.- Respondi de forma bem curta e grossa.
- Oi Nath.- Ele pareceu notar minha cara feia ao falar com ele.
- Oi.- Ela sorriu forçado, eu já tinha contado o quase bolo que ele tinha me dado ontem.
- Eu queria falar contigo, Lu.
- Pode falar.- Cruzei as pernas e o encarei.
- A sós, pode ser?- Ele levantou a sobrancelha e olhou para a Nath.
- O que você tem a falar que não pode ser em frente a ela?- Respondi.
- Não, é só que eu queria falar de ontem e ...
- Ah, então não precisa ser a sós, minha amiga já sabe do ... bolo que você me deu.- Eu o interrompi.
- Bolo?- Ele levantou apenas uma sobrancelha.
- É, bolo, bolinho, um cupcake. Fez questão que eu fosse ao encontrão e não foi.- Levantei e fiquei frente a frente com ele.
- Cupcake?- Ele riu.
- Não é para rir!- Eu falei irritada batendo o pé no chão.- Aff, o que está fazendo aqui? Só tirando minha concentração, porque eu acho que tem um maluco vindo me encontrar, ai me deparo contigo.
- Perae.- Ele falou meio que surpreso.- Vai se encontrar com um maluco?
- É, é. Umas mensagens ai, de alguém marcando para encontrar comigo, e eu não sei quem é, só pode ser um maluco pedófilo.
   Foi o que bastou, eu falei isso e ele só faltou deitar e rolar no chão de tanto rir, fiquei com a maior cara de tacho sem entender o que se passava. Já estava me virando para ir embora quando ele pegou meu braço e parecia se esforçar para não voltar a rir.
- Lu, o seu maluco pedófilo sou eu.- Ele falou.
- Como é?- Encarei-o sem entender.
- Eu que mandei a mensagem pedindo para você me encontrar aqui.
- E como conseguiu meu número?
- Ah, eu tinha porque um tempo atrás tinha pedido a Mari.
- Ah sim... A Mari te deu meu número.
   Nesse momento a Nath levantou.
- Bem, se não há nenhum maluco, ou pedófilo atrás de ti, acho que não se importa se eu for embora.
- Perae. Não! Tem sim um maluco aqui, olha só, não viu ele rindo? Não sentiu algo diabólico vindo dele não?- Dessa vez todos rimos, foi idiotice minha falar aquilo.
- Ah, com esse tipo de maluco você se entende sozinha. Até.- Só falou isso e saiu. De início fiquei olhando-a dobrar a esquina, até perceber que tinha alguém me encarando.
- O que você queria falar comigo?- Cruzei os braços.
- É sobre ontem.
- Ah, o cupcake que tu me deu?
- Que porra é essa de cupcake?- Ele perguntou.- Ah, quer saber, esquece, depois tu me diz o que é, o importante é que eu quero me desculpar por não ter ido ontem... é que pintou problema lá em casa, e foi uma confusão geral, nem sei direito explicar o que aconteceu, só sei que terminou lá pela madrugada.
- Que foi quando você me mandou a mensagem?
- Exato. Mas você demorou de responder, resolvi passar na sua casa, fui lá várias vezes e sua mãe disse que você ainda estava dormindo.
- Tá, tudo bem.
- Cara, você dorme demais hein.
- Ah, não vai reclamar do meu sono. Tava revoltada.- Falei fazendo bico.
- Com o que?
- Com alguém que me deu bolo. Mas é né, não sou nada de importante, só uma guria do curso.
- Uma guria do curso?- Ele levantou a sobrancelha.- Só uma guria do curso?
- É.
- Queria eu que você fosse só mais uma guria do curso, seria bem mais fácil, eu nem teria pedido para tu ir, não faria questão, também não me importaria de pedir desculpas, ou explicar nada.
- Quer dizer... Eu não sou só uma guria do curso?
- Porque achou que era? Você nunca foi só uma guria do curso para mim.
- Ah, então, o que eu sou?- Não pude conter meu sorriso, que estava tão grande que sentia que minhas bochechas iam rasgar.
- O que você é para mim? Hm... como posso explicar em palavras...- Ele fez uma careta forçada de quem estava tendo dificuldades em achar a palavra certa, mas depois começou a rir.- Lu, desde o dia que entrei naquela sala e ti vi, eu sabia que você tinha algo de especial, esse jeito meigo, encantador, e após te conhecer... Nossa, ficava procurando motivos, besteiras para poder ir falar contigo, qualquer coisinha era motivo de ir, as vezes eu escondia meus livros, só para poder sentar ao seu lado. Eu sei, você pode achar bobagem, e idiotice, mas é que eu não sei direito como falar... Mas, acho que posso te mostrar melhor que falar.
   Ai então ele me beijou. Sim, eu não estava sonhando, fiz questão de dar uma beliscadinha no meu braço, eu não acredito, Daniel, falou isso. E cara, o que eu estou fazendo pensando? Eu tenho mais é que retribuir esse beijo tão perfeito!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Minha pequena.

- Você vai sozinha? Mas, Mal, você sozinha?- Disse meu melhor amigo no restaurante.
- Claro que vou, qual o problema de ir para casa sozinha?- Respondi irritada.
-  Porque é perigoso sair sozinha.
- Mas a Lea foi sozinha para casa, eu também posso.
- Mas a Lea... é a Lea.
- E o que ela tem que eu não posso ter? Aff Math, eu to indo, e vou sozinha, você que ouse me seguir.- Falei e fui andando.
  Sempre fui a mais nova da turma, a baixinha, a meiguinha a fofinha e tal. Não vou mentir, as vezes é legal, claro, posso até tirar proveito dessa minha situação, mas é que... Não sei se vão me entender, exceto que assim como eu você seja a menor da turma. Todos me olham como a guriazinha, a pequenina, a bebêzinha, enfim, todos me vêem como a irmã mais nova, infelizmente, até o Henry.
   O conheci num dia de verão, estava toda a galera na praia surfando quando ele resolveu se aproximar, conversando sobre as ondas e tal, estava lindo, ele é lindo, mas em momento algum olhou para mim,  quer dizer, nunca olhou para mim como eu queria.
   Cheguei em casa bem, o Math me ligou perguntando como foi minha caminhada, ele me tratava como bebê, era irritante, mas deixei para lá e fui me arrumar para dormir.
No dia seguinte acordei bem cedo, peguei minha prancha e sai, fiquei de encontrar todo mundo na praia. Fui a primeira a chegar, quer dizer... era sete horas ainda, claro que eu não deveria achar ninguém, eu nem deveria estar aqui, mas algo ... me tirou da cama, uma sensação estranha.
   Resolvi que ia esperar um pouco alí mesmo, então sentei e fiquei com o olhar fixo no mar, mas minha mente viajava.
- Hum... bem que eu estava sentindo um cheirinho de fumaça.- Ouvi uma voz falando atrás de mim. Era o Henry.
- Bom dia para você também. O que faz aqui a essa hora?
- Se viesse para cá todo dia de manhã saberia que costumo  a correr.
-  Você corre? Maneiro.
- É.- Ele sorriu para mim
   Sorri de volta e voltei a olhar para o mar, estava meio intrigada,
- Você quer mesmo começar um incêndio né?- Disse ele interrompendo meus pensantes.
- Eu quero o que?- Do que esse cara estava falando? Ele riu e apontou para minha cabeça- Ah, saquei, vou, vou queimar tudo.- Falei de certa forma... meio ignorante.
- O que houve?- Ele perguntou ficando mais sério.
- Nada.
- Se não fosse nada, você não estaria desse jeito.
- Porque não?
- Porque você não é assim. Vai, conta aí!
- Aff, está bem. Você estava ontem no restaurante. Viu como o Math me tratou? Isso me irritou.
- Ah, que isso, Mal, ele só queria te proteger.
- Mas parece que sou um bebê. Todo mundo me trata como um bebê. Isso é irritante.
- Nem é todo mundo.
- Claro que é, todos os meus amigos, meus parentes, até os professores, daqui a pouco chega um salva-vidas pedindo para eu botar uma bóia.- Ele riu.
- Eita exagero.
- Nem é exagero. Você não entende. Todo mundo me vê como a irmão mais nova, a bebêzinha, a bonequinha de porcelana.- Falei e olhei para o mar.
- Nem é todo mundo.
- Não é? Ah tá, me diz uma pessoa.
- Eu. Quer dizer, não a vejo como a irmã mais nova, ou a bebêzinha, talvez boneca de porcelana.- Ele falou e segurou no meu queixo, me fazendo olha-lo.
- Como assim? O que quer dizer?- Eu não entendia.
- Ué. Você é crescidinha não? Então lê nas entrelinhas, Mal.- Ele falou e veio se aproximando de mim.
   Eu sabia que não precisava dizer mais nada, quer dizer, eu não sabia o que fazer... O cara que eu gostava estava tão próximo de mim... Eu simplesmente o beijei, e foi bom, demorado... Ficamos nos beijando por um tempinho, até a galera chegar fazendo barulho e zoando. Então ele parou, levantou e estendeu a mão para mim falou:
- E então, essa minha pequena quer pegar algumas ondas?

domingo, 11 de dezembro de 2011

Se toca, eu disse que te amo!

 Sempre fui afim de um garoto, o nome dele é Lucas, é um menino metido da sala, não tinhamos muito a ver, já eu não era uma das garotas populares com quem ele anda. Por surpreendente, estava numa festa e ele veio falar comigo. Papo vai, papo vem, nós acabamos ficando, e foi perfeito, quer dizer, foi mais que perfeito, eu poderia ficar alí com ele até o fim da minha vida, era tudo muito incrível. Mas claro, a noite acabou, minha mãe chegou e eu tive que me despedi, ele foi mega fofo comigo.
   Na segunda feira, fui ao colégio toda... sei lá, cheia de esperança de que algo bom acontecesse. Mas logo quando estava chegando na minha sala o vi num canto conversando com a Natasha, uma vadia que já pegou metade dos meninos do colégio, e claro, a isso incluia o Lucas. Ela dava pulinhos, gritinhos estéricos e até batinha palmas, já ele não deixava de rir. Aquilo me acabou, eu entrei correndo na sala e baixei a cabeça, fingindo que estava dormindo, justamente para ninguém falar comigo. Lá para o terceiro horário fingi que estava passando mal, só para não ter que continuar lá vendo o Lucas conversando com várias garotas, e todas felizes pulando ao lado dele.
   Na terça continuei fingindo que estava mal, minha mãe me deixou ficar em casa. Na quarta passei mal de verdade, sei lá, acho que de tanto querer as coisas acontecem, então, de tanto eu pedir para ficar doente e ir ao colégio, acabou acontecendo. Fiquei o resto da semana mal, mas melhorei no sábado, ou seja, segunda eu com certeza iria ao colégio, e além de ver o Lucas com outras garotas, ainda teria muito trabalho a fazer, muita coisa para estudar.
  Cheguei bem cedo para aula, e logo  quando vou entrando na sala alguém me abraça.
- O que houve? Você ficou doente? Já está melhor? Eu senti tua falta, não sabe o quanto é ruim ficar uma semana sem te ver.- Era o Lucas, ele falava uma coisa atrás da outra.
- O-o-o que vo-o-ocê está fazendo?- Sim eu estava gaguejando, estava assustada.
- Ué, estou te abraçando e dizendo que senti tua falta.- Ele disse se afastando para me olhar.
- Você sentiu minha falta?
- É, senti, não pode?
- Poder pode, mas vindo de ti... é meio estranho.- Falei olhando para baixo
- Ué, porque?- Ele colocou a mão no meu queixo e levantou meu rosto.
- Porque você não é nada meu, porque... é estranho.
- Não sou nada? E aquele beijo na festa?- Ele falou meio cabisbaixo
- Aquele beijo, foi um beijo, só.
- E não significou nada para você?
- Significou para ti?- Perguntei sem responder.
- Claro, claro que significou.- Ele quase gritou.
- Sério? Não parece, logo na segunda você estava de fricofrico com quase todas as garotas da sala.
- Fricofrico?- Ele falou levantando uma sombrancelha.
- É, de papinho com elas.- Falei fazendo careta e ele riu.
- Ah, sei do que você está falando.... As meninas né?
- É, você ficou com elas, todas elas.
- Sim fiquei, com todinhas.
- O QUE?- Eu gritei
- Fiquei com elas a muito tempo, sim, mas não era por isso que estavam comigo.
- E era porque?
- Era que eu tinha falado a elas que tinha descoberto a garota perfeita para mim. E elas estavam tentando adivinhar.
- Ah é?
- Aham.
- E quem é ela?
- Tenta adivinha também.... vou te dar umas dicas. Ela é linda, muito linda, é esperta, meio nerd, então é muito mais esperta que eu, é tímida, meiga e é meio confusa. Já sabe quem é?
- Não, diz uma letra do nome dela.
- Começa com "La" e termina com "ra".
- "La" não é uma letra, é uma sílaba.
- Nossa, eu acabei de dizer que estou apaixonado por você e a unica coisa que consegue pensar é em português?
  Nesse momento me toquei do que ele tinha falo e o beijei, que perfeito, isso era perfeito, era tudo o que eu mais queria.