quinta-feira, 17 de maio de 2012

O que o destino guarda?


- Você tem certeza que quer fazer isso, cara?- Falei ao Leo
- Claro, é só brincadeira, não vai dar em nada.- Ele respondeu.
- Mas cara, ela pode não gostar...- Tentei insistir para ele não fazer aquilo.
- Qual foi Andrew, vai dar para trás agora?
  O que eu faço? Estava segurando uma bexiga cheia de água preste a jogar num bando de meninas, e eu sei que elas ficariam irritadas, isso é claro, mas principalmente a Aila, o que não seria muito legal. Além do que, é bem capaz de que nos peguem e ainda podemos levar suspensão.
- Vai fraquejar agora?- Perguntou ele novamente.
- Tá, vamos lá.- Falei virando na direção delas e mirando a bexiga nas garotas que estavam longe da Aila.
   Foi certeiro, acertei de um lado e o Leo do outro, contamos até três e corremos, as meninas já tinham nos visto, o que era suspensão na certa, além de claro, se ficássemos ali é bem capaz de levarmos uns tapas.
- Vocês acham isso certo? Fazer isso com as garotas?- Disse a diretora, nos prendendo na sala dela durante o intervalo.
- Ah diretora, a gente só queria descontrair um pouco.- disse o Leo.
- É mesmo, e vocês perguntaram as meninas se elas queriam descontrair com vocês?
- Não senhora.- Dissemos numa voz só.
- Então, faremos o seguinte, vocês ficarão duas semanas sem intervalo, aqui, na minha sala fazendo exercícios, e ainda, vão pedir desculpa as meninas.
- O que?- Falamos novamente numa voz só.
- Isso mesmo, e ainda hoje.- Disse ela se levantando. - Acabamos por aqui, podem ir para suas salas.
  Saímos de lá e fomos à sala, assim que entramos todas as meninas olharam para a gente com cara feia, a pior de todas, a que parecia me xingar só com o olhar era a Aila, que estava sentada logo na frente, e quando passei por ela uma guria sussurrou algo em seu ouvido, eu tinha impressão que era sobre mim.
   Na saída, o Leo veio falar comigo, dizendo para encontra-lo na frente da cantina para irmos juntos falar com as meninas. Enquanto esperava a Aila passou sozinha.
- Ei, Aila!- A chamei, e ela simplesmente me ignorou, então fui a trás dela.- Ei, preciso falar contigo.- Segurei o braço dela.
- Perae, não tem nenhuma bexiga ai não, tem?- Ela disse metendo a mão nos meus bolsos.
- Não, qual foi?- Falei levantando os braços em sinal de rendimento.
- Então fala, o que você quer?- Ela cruzou os braços.
- Eu queria me desculpar por ter jogado a bexiga com água em você...- Falei baixo.
- O que? Eu não ouvi.
- Desculpa, por ter jogado água em você.- Falei mais alto.
- Ainda não ouvi.- Ela falou e notei que estava tirando uma com minha cara.
- Ah, qual foi?- Falei e sai andando.
- Ei volta aqui.- Ela disse, mas eu não voltei, continuei andando.- Ou você volta, ou eu digo a diretora que não me pediu desculpas.- Fui até ela e cruzei os braços.- Vai ficar me fuzilando com os olhos é?
- Qual o problema?- Falei
- Nada não.- Ela falou e baixou a cabeça.
- Se não fosse nada, não teria me chamado.- Falei e levantei sua cabeça para poder olhar em seus olhos.
- É que... eu acho que essa é a primeira vez que conversamos né?- Ela disse vermelha.
- É, se considerar isso uma conversa, pode ser.- Dei de ombros.
- Já é alguma coisa né?- Ela sorriu.- Eu sempre tive vontade de conversar contigo e tal, mas nunca tive assunto...
- Ok, então vamos conversar, vamos falar sobre...- Falei e a puxei para sentar.
   Não sei quanto tempo ficamos conversando, para mim pareceram segundos, mas falamos de tanta coisa ,família, música, notas, gostos, foi tão divertido, eu não acreditava que a patricinha da Aila fosse assim tão divertida, quer dizer, agora ela nem parecia tão patricinha. Antes, eu achava-a apenas linda, agora... ela parecia ter se transformado.
-          O que está fazendo?- Ela disse com uma voz fina, parecendo assustada, me dei conta de que estava me aproximando dela como se fosse beija-la. Logo me afastei.
-          Desculpa, não sei o que deu em mim.- Falei me levantando.
-          Não, não vá. – Ela se levantou atrás de mim, segurou meu rosto e me beijou.
-          O que você fez?- Perguntei confuso.
-          Eu....- Quando ela ia falar umas amigas dela apareceram.
-          Aila! Até que enfim a encontramos, estávamos loucas atrás de você! Onde esteve esse tempo todo?!
-          Só conversando.- Ela disse sorrindo e todas as meninas que estavam lá me olharam dos pés a cabeça.
-          HUUUUUUUUUUUUUUM.- Elas fizeram um coro.
-          Ai ai, vamos, temos que ir.- Ela disse e foi pegando as suas coisas.- Você não vem?- Aila se virou para mim quando já estava na porta.
-          Vou sim.- Falei, então ela olhou para fora, vendo se as amigas estavam por perto, como elas não estavam, Aila veio até mim e me deu um beijo, depois pegou minha mão e saiu andando.
Fiquei bobo, olhando-a, ainda hoje mais cedo ela era só uma guria em quem eu rumei uma bexiga de água, e agora? E amanhã, o que ela seria? Eu não sei, mas já esperava muita coisa.

Ela: O que você está fazendo aqui?
Ele: Eu queria falar contigo.
Ela: Sobre o que?
Ele: Sobre o que aconteceu conosco.
Ela: Você tem o que falar sobre aquilo? Achei que já tinha dito tudo o que precisava.
Ele: Desculpa, desculpa, eu não queria ter falado nada daquilo. Olha, desde que terminamos eu não sei o que restou de mim, ficou um vazio imenso, sem falar que desde que você saiu da minha vida eu me senti mais sozinho que nunca, olha, me dá sua mão, deixe-me coloca-la em meu coração. Está vendo o que você faz? Só você consegue fazer meu coração bater rápido e devagar ao mesmo tempo, é uma coisa estranha, que eu não sei como explicar, eu só sei que sinto isso. Por favor, me perdoa, volta para mim?

O momento esperado


O sol e o vento nunca haviam presenciado tamanha felicidade quanto a que eu estava sentindo naquele instante, o resto do mundo desapareceu, só havia eu e você, e realmente, eu não me importava se tudo o que restasse fosse nós dois. A explosão de sentimentos que surgia dentro de mim era incontrolável, eu não sabia o que fazia, se chorava de felicidade, se o abraçava com força, ou beijava aqueles lábios, mas não, não poderia beijar, não queria interromper o que ele sussurrava, eram coisas tão lindas, coisas que ninguém nunca havia dito para mim antes, e se haviam dito, não importava, nunca teria sido tão perfeito quanto aquele, o momento que você me ganhou por completo.